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Post de Félix no fórum "Bate-Papo da Torcida" do Meu Timão

Só mesmo um torcedor pessimista e negacionista para ignorar a evidente evolução atual. Digo isso porque tenho a certeza absoluta que, ainda que termos sido eliminados do Paulistão, se o jogo terminasse empatado, as críticas seriam direcionadas em quem não devia...e embora nos últimos anos tenha havido críticas corretas em quem merecia, houve também dissabores em cima de indivíduos em campo que sequer tinham culpa da má fase. E mesmo nesse jogo, houve algumas vozes imperceptíveis analiticamente contra quem não merecia.

Considero esse jogo como uma aula de como é determinante uma boa marcação média, coisa que vimos muito no segundo tempo em ambas as equipes. É sobre isso que boa parte da minha análise será feita. Com olhos analíticos, vamos analisar a partida, objetivando entender a profundidade tática de ambos os técnicos em momentos cruciais do jogo.

PRIMEIRO TEMPO

O Corinthians, ao contrário do que anunciavam, jogou num 3-4-3 em ataque com os laterais de alas, mantendo Félix Torres ou Gustavo Henrique fixos na defesa e os outros dois defensores jogando mais adiantado. Durante os primeiros 10 minutos o Corinthians mantinha certo nível de posse de bola, inclusive com um grande ataque do Wesley, e na defesa Gustavo Henrique e Hugo estavam sendo bastante participativos, embora Gustavo tivesse cometido um erro leve no início - aliás era dos pés deles que saíam os ataques.

Após os 10 minutos o Santo André começou a apertar mais em ataque, mas o Corinthians ainda procurava ser sólido na defesa e atacando bastante. O ataque pelos lados do Corinthians, dessa vez, era rápido e dinâmico pelos dois lados, ao invés de ser apenas pelo lado do Fagner, coisa que foi feita por muitos anos.

O mais curioso é que o Corinthians, por mais que a marcação adversária pressionasse, ainda assim atacava muito bem, explorando algum buraco existente. E então, após um escanteio, o Fagner, de lá de trás, dá uma excelente assistência para o Maycon na área que fez o gol.

Mesmo após o gol o Corinthians ainda pressionava, com ataques bem variados, explorando os lados e inclusive o meio com Garro.


Os três nomes do primeiro tempo, a meu ver, foram Gustavo Henrique, Ranielle, Garro e Wesley. Era dos pés deles que as transições da defesa para o ataque aconteciam, e aconteciam muito bem. Wesley foi extremamente insinuante ofensivamente, o que permitia puxar a marcação adversária para liberar outros jogadores. Os mapas de posicionamento médio ilustram muito bem esse aspecto, mostrando a marcação média do Corinthians no primeiro tempo, evidenciando também o buraco entre o meio e a direita que proporcionou os contra-ataques do Santo André.

Notem nesse gráfico de passes do jogo todo o quanto os passes foram muito bem distribuídos entre os jogadores, com atenção a quantidade de bolas que o Wesley recebeu. Chama a atenção também a quantidade de passes que Cássio deu ao Gustavo Henrique, Fausto Vera no segundo tempo e Fagner, mostrando a característica de António Oliveira tanto da participação do goleiro na construção a partir da defesa quanto do tiro de meta curto - embora os tiros de meta precisem ser ainda mais curtos, sem chutão.

SEGUNDO TEMPO

O segundo tempo começou equilibrado, mas com o Corinthians ainda sendo agudo pelos lados, mas dessa vez o Santo André conseguia explorar o ataque e, em dois lances de escanteio, quase Bruno Michel quase faz duas vezes um gol olímpico.

O técnico do Santo André percebeu que não conseguia atacar porque Bruno Michel não era acionado em profundidade entre o meio e o lado - justo aonde Maycon fica. Se explorasse ali, o Corinthians enfrentaria dificuldades. Então eles trataram de acelerar os passes na defesa em busca de puxar a marcação para atrair o ataque e liberar os seus meias até chegar a bola ao Bruno - por isso a entrada dele logo no início do segundo tempo. E a partir daí, ficou nítido que o jogo ficaria decidido em quem faria a melhor marcação média com passes acelerados e quem exploraria melhor seus pontas, além da capacidade dos técnicos em fazer suas substituições.

Então António Oliveira faz a substituição certa: coloca o contestado Fausto Vera - que na minha ótica não tem nexo nenhum em tais críticas, uma vez que parte da torcida esperava dele um tipo de jogador que ele não é - no lugar de Maycon que saiu com dores. Ao lado de Ranielle, ele seria importantíssimo para fazer a transição da defesa para o ataque com mais qualidade que o adversário. Tanto que partiu dele a criação da jogada que quase resultou em gol do Yuri Alberto de cabeça. Um minuto depois, Fausto Vera arriscaria de fora da área duas vezes, sendo que na segunda a bola passou com um veneno terrível. E então Yuri Alberto faz o gol após o passe do Hugo num lance quase semelhante ao de Fagner, dessa vez contando com um desvio do adversário.

Diante disso, António Oliveira resolve ser mais ofensivo e coloca Igor Coronado no lugar do Wesley que fez uma grande partida. Coronado é um meia-atacante de criação estilo Renato Augusto, e no primeiro lance ele infiltra na área, limpa do zagueiro e quase faz um golaço.

E então Bruno Michel faz o gol num lance de escanteio, dessa vez com ele na área. Após o gol, o Santo André se expôs mais, o que era um grande risco, visto que a ofensividade dos passes do Corinthians estava sendo muito precisa, ainda mais quando Pedro Raul e Gustavo Silva entram, adiantando ainda mais Fausto Vera. Aí saiu o empate do Santo André após um boa jogada iniciada na lateral e tendo o azar de ter desviado em um dos nossos zagueiros para chegar ao autor do gol.

Após isso, o Corinthians atacou que não foi pouco. Por duas vezes Pedro Raul tentou finalizar de fora. Na terceira tentativa, Fagner cruza e ele marca no finalzinho.

Esse gráfico de passes média por tempo mostra que, apesar do Corinthians ter maior posse de bola gradativa, o meio-campo do Santo André sobre ser incisivo no meio-campo, principalmente no segundo tempo. Também mostra que a entrada de Fausto Vera no final impactou enormemente a favor do Corinthians.

Agora esse gráfico de passes totais mostra a excelente partida de Hugo - que deu a assistência do último gol -, Ranielle e Maycon, embora o próprio Maycon, Garro e Wesley deveriam ter recebido mais passes. Há pelo menos 5 anos que venho falando da importância de zagueiros construtores de jogadas e que se infiltram no ataque, e pelo menos a construção está sendo bem feita. Ainda me preocupa a quantidade de bolas do Fagner em detrimento da de Wesley, mas saber que Hugo, também lateral, teve mais participação em campo do que Fagner trás algum alento.

CONCLUSÃO

O Corinthians não jogou mal, pelo contrário, o Santo André é quem soube explorar ofensivamente. Como dito antes, o jogo foi decidido em qual time daria a melhor marcação média com passes acelerados pelos lados, e de fato foi o que aconteceu. Apesar de termos sido eliminados, estou muito contente com a evolução do time: é nítida a mudança ofensiva do Corinthians, e certamente é motivo para manter o otimismo.

Temos tudo para fazer uma campanha boa, valorizando os nossos jogadores ofensivos. Mas, ao menor sinal de liderança tóxica que segrega jogares sem necessidade, a torcida deve fazer voz e se manifestar contra isso, ainda que estejamos em boa fase, pois é muito fácil esquecer o lado ruim de um time devido a uma boa fase. Não podemos repetir o mesmo erro dos últimos 7 anos, e quero crer que António Oliveira saberá fazer isso com o tempo, mas para isso é preciso que a torcida esteja do lado dele, direcionando suas críticas as pessoas certas.

VAI, CORINTHIANS!

em Bate-Papo da Torcida > Análise tática Corinthians x Santo André - equilíbrio e inteligência...

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